CLAIM - Gabinete do Migrante



Direção Técnica – Dra. Claúdia Silva (claudia.silva@assoc-vitae.org)

A atual conjuntura mundial tem desencadeado um crescente aumento da migração em Portugal, agudizando a problemática de risco social. Este fenómeno é particularmente relevante nas grandes cidades, onde é mais visível a tentativa de “sobreviver” através de um funcionamento marginal. A completa rutura social em que muitos destes indivíduos se encontram, conduz quase inevitavelmente, a uma situação de sem-abrigo, e a comportamentos negligentes com o meio em que se movem, e consigo mesmos. A vulnerabilidade da população migrante também se espelha nas respostas da Vitae, representando cerca de 46% de todos os seus beneficiários . No que tange a totalidade da população migrante, cerca de 72% são oriundos da comunidade PALOP e os restantes 28% de outras nacionalidades. Com vista à redução da vulnerabilidade social, pretende-se um reforço da importância da cidadania, por forma a que a qualidade de vida, a segurança estrutural seja recuperada, considerando aqui as pessoas envolvidas enquanto agentes participativos e responsáveis pela sua transição. Neste sentido, e devido a esta interculturalidade das pessoas acolhidas nas nossas respostas, torna-se urgente especializar a intervenção direcionada para os Migrantes acolhidos, personalizar esta tipologia de intervenção, não só ao nível da informação, mas também apoiando em todo o processo do acolhimento e integração de migrantes, tendo como referência os conceitos de identidade e pertença, cultura(s), pluralismo e diversidade cultural com fim à sua inclusão, articulando para o efeito com as diversas estruturas locais, e promovendo também a interculturalidade a nível local. O Gabinete do Migrante surge da necessidade de um acolhimento direcionado e focado na população migrante em situação de sem-abrigo e risco social, que se encontram integradas nas respostas da VITAE. Com o aumento das mais diversas vulnerabilidades e riscos sociais somados à falta de estruturas que permitam um acompanhamento e atendimento focado na fragilidade independentemente da nacionalidade, o projeto busca horizontalizar respostas em ordem à legalização, a fim de facilitar a integração desta população em território nacional, a partir de uma orientação humanista.